Qual é o alvo da vida cristã? É a piedade resultante de obediência a Cristo. A obediência abre as riquezas da experiência cristã. A oração motiva e nutre a obediência, colocando o coração na “mentalidade” apropriada para desejar a obediência.
É claro que o conhecimento é importante porque sem ele não podemos saber o que Deus requer. Todavia, conhecimento e verdade permanecem abstratos se não temos comunhão com Deus em oração. O Espírito Santo ensina, inspira e ilumina a Palavra de Deus para nós.
Ele ministra a Palavra de Deus e nos assiste em responder ao Pai em oração. Em palavras simples, a oração tem um lugar vital na vida do cristão. Alguém pode orar e não ser um cristão, mas alguém não pode ser um cristão e não orar. Romanos 8.15 nos diz que a adoção espiritual que nos torna filhos de Deus nos leva a clamar em expressões verbais: “Aba! Pai!” A oração é para o cristão o que a respiração é para a vida, mas nenhum outro dever cristão é tão negligenciado. A oração, pelo menos a oração particular, é difícil de ser feita a partir de um motivo falso.
Alguém pode pregar com um motivo falso, como o fazem os falsos profetas. Alguém pode se envolver em atividades cristãs com base em motivos falsos. Muitas das realizações externas do cristianismo podem ser feitas com base em motivos falsos. Contudo, é altamente improvável que alguém tenha comunhão com Deus a partir de motivos impróprios. Somos convidados, até ordenados, a orar. A oração é tanto um privilégio como um dever. E qualquer dever pode se tornar laborioso.
A oração, como todos os meios de crescimento para o cristão, exige trabalho. Em um sentido, a oração não é natural para nós. Embora tenhamos sido criados para a comunhão e interação com Deus, os efeitos da Queda têm-nos deixado preguiçosos e indiferentes para com algo tão importante como a oração. O novo nascimento desperta um novo desejo de comunhão com Deus, mas o pecado resiste ao Espírito.
Podemos obter conforto no fato de que Deus conhece nossos corações e ouve nossas petições não proferidas, assim como ouve as palavras que emanam de nossos lábios. Sempre que somos incapazes de expressar os sentimentos e emoções profundas de nossa alma ou quando estamos totalmente incertos sobre o que deveríamos orar, o Espírito Santo intercede por nós. Romanos 8.26-27 diz: “O Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”.
Quando não sabemos como orar em determinada situação, o Espírito Santo nos assiste. Há razão para crermos, com base neste texto, que, se oramos incorretamente, o Espírito Santo corrige os erros em nossas orações, antes que as apresente ao Pai, pois o versículo 27 nos diz que “segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”. A oração é o segredo da santidade – se santidade, de fato, tem algum segredo. Quando examinamos a vida dos grandes santos da igreja, vemos que eles eram grandes pessoas de oração. John Wesley comentou certa vez que não tinha muita apreciação por ministros que não gastassem pelo menos quatro horas por dia em oração. Lutero disse que orava regularmente uma hora por dia, exceto quando experimentava um dia muito atarefado – nesses dias, ele orava por duas horas.
Depois, ele orava por duas horas. A negligência da oração é uma das principais causas de estagnação na vida cristã. Considere o exemplo de Pedro, em Lucas 22.39-62. Jesus foi ao Monte das Oliveiras para orar, como era seu costume, e disse aos seus discípulos: “Orai, para que não entreis em tentação”. Em vez disso, os discípulos adormeceram. A próxima atitude de Pedro foi tentar enfrentar o exército romano com uma espada; depois, ele negou a Cristo. Pedro não orou, e como resultado caiu em tentação.
O que aconteceu com Pedro também acontece com todos nós: caímos em particular, antes de cairmos em público. Há um tempo certo e um tempo errado para a oração? Isaías 50.4 fala sobre a manhã como o tempo em que Deus outorga o desejo de orarmos diariamente. Mas outras passagens mostram tempos de oração em todas as horas do dia. Nenhuma parte do dia é separada como mais santificada do que outra. Jesus orou de manhã, durante o dia e, às vezes, durante toda a noite.
Há evidência de que ele tinha um tempo separado para a oração; mas, considerando o relacionamento que Jesus teve com o Pai, sabemos que a comunhão entre eles nunca parou. Em 1 Tessalonicenses 5.17, Deus nos manda orar sem cessar. Isto significa que devemos viver em um contínuo estado de comunhão com nosso Pai. A oração é, portanto, central e crucial na vida do cristão. Examinemos melhor esta disciplina cristã vital, porém negligenciada e mal entendida.
Fonte: A Oração Muda as Coisas? (Questões Cruciais Livro 3).